Recebi alunos com deficiência, e agora?
Recebi um aluno com deficiência, e agora?
O Brasil tem mais de 40milhões de pessoas com algum tipo de deficiência segundo censo de 2010 do IBGE. Isso significa que dentre 100 pessoas 23 delas é uma pessoa com deficiência, infelizmente essas pessoas ainda não estão incluídas como deveriam, os avanços no campo da inclusão tem acontecido de forma lenta o que já permite que nós recebamos em nossos espaços de aula o público de pessoas com deficiência.
Trabalhando já há 7 anos nesse segmente, muitos colegas professores e professoras de diversas áreas do conhecimento me perguntam: O que fazer quando eu receber um aluno ou aluna com deficiência nas minhas aulas?
o primeiro passo é se permitir aprender uma nova visão de mundo
A receita é acreditar que não existe receita, cada ser humano é único e apresenta características únicas, o primeiro passo é se permitir aprender uma nova visão de mundo, explorar potencialidades e ter muita atenção a todos os sinais e tentativas de comunicação verbal e não verbal do seu aluno ou aluna com deficiência.
Experimente formas de chamar a atenção
Geralmente eu dedico minha primeira aula a descobrir o que chama a atenção dos meus alunos, músicas, brinquedos, circuitos, quais equipamentos fazem com que esse aluno ou aluna vincule de forma mais efetiva, a partir dessas informações eu começo a estudar de que forma eu posso adaptar essas ferramentas ao meu conteúdo, por exemplo, enquanto escrevo esse artigo me recordo que na última semana um aluno com autismo ama músicas infantis de língua inglesa, então fomos eu e minha equipe estudar músicas em inglês para trazer para a aula, como adaptar aquelas músicas aos movimentos de capoeira? É esse o desafio… adaptar sabendo que nosso papel enquanto professores é o de facilitar a aprendizagem e expandir potencialidades.
Ninguém nasce sabendo, mas continuar sem saber é uma escolha. Estude caso a caso, pergunte a família e principalmente ao aluno.
Peça ajuda dos familiares
A Família é seu principal aliado nessa missão de educar para a inclusão de pessoas com deficiência, pergunte sobre as rotinas, o que gostam de ouvir e ver quando estão em casa e você vai ter uma idéia do que chama a atenção daquela criança, não permita que o diagnóstico ou a classificação da deficiência limite sua atuação, explore e experimente, deixe que seu aluno ou aluna diga o que gosta ou não gosta e planeje suas aulas porque assim você vai saber onde está e onde quer chegar. É claro que esse texto não vai dar conta de tornar você um expert em inclusão de pessoas com deficiência, mas certamente é um bom início de conversa para que você seja instrumento de transformação na vida de muita gente. Iê…